A ARTE E DIREITOS HUMANOS NO AMBIENTE SOCIOEDUCATIVO: EDUCANDO PARA A CIDADANIA

Stela Maris Britto Maziero Maris Maziero, Geni Alberini

Resumo


O presente artigo tem como objetivo socializar um projeto de pesquisa-ação num centro de socioeducação de internação provisória e internação-sanção, localizado no município de Curitiba, Estado do Paraná, o qual foi elaborado a partir de estudos realizados com essa metodologia pelo grupo de professores atuantes naquele Centro. O projeto é fruto da preocupação de aperfeiçoamento constante da práxis dos docentes e justifica-se no desafio enfrentado por eles no seu fazer cotidiano, já que os alunos são peculiares tanto pelo tipo de trabalho pedagógico que lhes é destinado, tanto pelo momento delicado que experimentam durante a internação, muitos são usuários de drogas ilícitas e enfrentam a abstinência.  Os professores identificaram possibilidades na pesquisa-ação como forma de otimizar as práticas docentes, já que se trata de pesquisa participante, engajada, que busca aliar a teoria à ação. No referido centro há atualmente 106 adolescentes do sexo masculino e seis adolescentes do sexo feminino. Optou-se por trabalhar o tema Direitos Humanos de forma trans e interdisciplinar, aliando-os aos conteúdos das disciplinas. Elencou-se um conjunto de atividades a serem realizadas em sala de aula, estabelecendo relações entre o conteúdo da disciplina e a temática a ser trabalhada, contemplando os eixos: direito à vida, à liberdade, à dignidade e direito à propriedade. O projeto também tem vistas ao protagonismo juvenil dando voz ao adolescente, uma vez que, historicamente, há sempre um adulto que “fala por ele” (psicólogos, juristas, técnicos) relegando-o a papel secundário. Pretendeu-se ainda ajudar o adolescente a comunicar consigo mesmo fortalecendo a autoestima e o autoconceito, e a descobrir suas características, potencialidades e interesses enquanto ser no mundo. Quanto aos resultados, mesmo o projeto tendo apenas um ano de execução, já são evidentes mudanças no comportamento dos socioeducandos, tanto que já são possíveis intervenções onde os mesmos participam de forma ativa, ordeira e respeitosa.

Palavras-chave: Socioeducação. Protagonismo juvenil. Internação Provisória.


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DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026a2022n47p51-60

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e-ISSN: 1980-9026
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