HÁ UMA FELICIDADE PARA OS TEMPOS DIFÍCEIS(?)

Alexandro Henrique Paixão

Resumo


Este artigo compreende que sobreviver implica incrementar e desenvolver nossa capacidade de envolvimento pessoal e com o outro, algo que pode nos deixar mais felizes e dispostos para enfrentar as adversidades e os perigos de uma pandemia. Nesse sentido, será debatido como tema central a necessidade de intimidade, que se desdobra analiticamente em dois pontos principais: primeiro, discute-se a ânsia em poetizar o mundo devastado por uma doença geradora de sofrimento psíquico e social; segundo, coloca-se em perspectiva a ideia de que em nossa época moderna o imperativo era sair à rua, enquanto a ordem nos dias atuais é ficar em casa, algo que tem intensificado demasiadamente nossa vida mental, carecendo esse assunto de reflexão à luz da sociologia e da psicanálise, aqui mobilizadas para se pensar pandemia e sobrevivência.

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DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026a2020n41ap12-22

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