POR QUE ESCREVO? OS DESAFIOS DA ESCRITA ACADÊMICA NO ENSINO SUPERIOR
Resumo
Observa-se uma crescente preocupação dos pesquisadores com os processos que envolvem a leitura e a escrita de estudantes universitários. Sabendo, pois, que escrever em contextos de Educação Superior exige competências específicas, os acadêmicos tentam equilibrar-se entre suas práticas de leitura e de escrita e o que é exigido pelas instituições de Ensino Superior. Diante desta perspectiva, a investigação objetivou mapear os desafios e possibilidades de escrita de graduandos do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. De cunho qualitativo, a metodologia empregada valeu-se de observações, análise das produções textuais dos estudantes e aplicação de questionário. O marco teórico se apoia nas contribuições de Bakhtin (2000), Christofoli; Vitória (2013), Trowler (2010) e Barkley (2009). Os resultados sinalizam que as principais limitações dos estudantes com relação à escrita consistem em: manter o foco; tempo; exposição do próprio texto; excesso de informações; coesão; coerência; regras gramaticais; e falta de exercício da escrita. Destacam-se ainda como potencialidades: facilidade em escrever sobre vivências pessoais; boa memória; vocabulário rico; clareza; uso de bons conectores; e criatividade. Além dos aspectos positivos e negativos, obtive as categorias de análise: A história da escrita; A escrita como ferramenta; Leitura; e Constância. Assim, o presente estudo, ao debruçar-se sobre os desafios e possibilidades da escrita acadêmica, sinaliza para a necessidade de se pensar a escrita no Ensino Superior como uma prática recorrente e inerente à vida acadêmica, desmistificando-a como algo complexo e, proporcionando possibilidades para que se sinta instigado a escrever e consequentemente, mais engajado.
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PDFReferências
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DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026a2022n46p393-401
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Linha Mestra - Associação de Leitura do Brasil (ALB)
e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026