Esquizoanálise aplicada à política de identidade: devir não é identidade e identidade não é dispensável

Tarcisio Moreira Mendes

Resumo


Encontro de mundos, linhas emaranhadas na produção de corpos que aumentam ou diminuem a potência de vida. Corpo Branco inventa corpos coloridos. Corpo negro promove desterritorializações. A questão posta: devir não é Identidade, no entanto, como desorganizar com seu imperceptível o desejo da Supremacia Racial? Assim, devir-negro não é “devir-qualquer-coisa”, não é imitação ou imposição de uma nova Forma. A esquizoanálise é a análise do delírio racial ou racista: denuncia o buraco negro da subjetividade da branquitude – o muro branco do significante Branco. No entanto, a identidade não é dispensável, é preciso um pouco de raça para desterritorializar. O convite: desfazer a si para que outro corpo social seja possível, eis o desafio para Branco e Negro

Palavras-chave


Esquizoanálise; Relações étnico-raciais; Devir-negro

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DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026a2025n56p90-102

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