DEVIR – MULHER EM GLÓRIA, UM DIÁLOGO

Júlia Maria Ferreira Leite

Resumo


Maria da Glória, protagonista da obra Cacos para um vitral, de Adélia Prado, revela a vida comum de uma mulher interiorana. A personagem se impõe no decorrer de cada história fragmentada que compõe o todo da obra, um quebra-cabeça literário onde Glória enfrenta seu cotidiano: casa, filhos, marido e luta contra as crises decorrentes da vertiginosa passagem do tempo, do envelhecimento e da morte, contra a sociedade e suas desigualdades, a religião, a educação e sua fragilidade. Neste trabalho, em um exercício metalinguístico, estabelece-se com o devir-mulher (DELEUZE, 1997, p. 11) de Glória, um diálogo que se pretende revelador de outro devir-mulher, paralelo. Vozes femininas se entrecortando, fluxos de pensamentos e de consciência (LOBO, 1984, p. 149), insights epifânicos (VASSALO, 1984, p. 155), reminiscências, memórias – voluntárias e involuntárias (DELEUZE, 2006, p. 54). Uma escrita intensa disparada pelo devir de duas mulheres em diálogo. Devires reveladores da minoria feminina, suas crises, lutas, amarras e voos.


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Referências


PRADO, Adélia. Cacos para um vitral. São Paulo: Record, 2006.

DELEUZE, Gilles. Crítica e Clínica. São Paulo: Editora 34, 1997.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra. São Paulo: CIA das Letras, 2011.

LOBO, Luiza. A ficção impressionista e o fluxo de consciência. In: ______; VASSALO, Lígia (Org.). A narrativa ontem e hoje. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.


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Linha Mestra Associação de Leitura do Brasil (ALB)
e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026

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