ESCOLAS: MÁQUINAS DE FABRICAR, MÁQUINAS DE CRIAR

Gicele Maria Cervi

Resumo


Escolas são máquinas de fabricar. Fabricar corpos dóceis politicamente, úteis economicamente e participativos. Máquinas que produzem homogeneização, transformam discursos em verdades, transformam singularidades em identidades que precisam ser identificadas, marcadas, estigmatizadas. Máquinas que produzem os homens que o Estado deseja de acordo com aquilo que se deseja a cada tempo. Máquinas que se atualizam, reformam e seguem os fluxos. Nelas há resistências passivas e ativas. Nas resistências passivas encontramos as críticas ao que está posto e a reforma. Nas resistências ativas, as linhas de fuga, o não lugar. Não há como localizá-las, catalogá-las, identificá-las. Trata-se do pensamento selvagem e nele as escolas também podem ser espaços de criar, são máquinas de guerra, instrumentos nômades de combate aos modelos, generalizações, homogeneizações, territorializações, coletivos. Coletivos que fazem conexões e devires.


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e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026

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