ENCONTROS E PASSAGENS: PRODUZIR CORPOS NUM MESMO CORPO
Resumo
Poderiam os encontros ativar nos corpos uma potência maquínica de refazimento? Conduzida por essa pergunta, a narrativa que propomos apresentar pretende problematizar a produção de corpos feitos e refeitos nos encontros. Ela foi construída a partir da experiência da autora como profissional de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) – serviço de saúde mental da rede pública. Cunhamos uma denominação provisória, corpo-terapeuta – que aqui pretendemos explorar. Compreendemos que os corpos encontram-se, sendo eles corpos (como entendemos o corpo humano) mas também corpos sonoros, aromáticos… Na clínica cotidiana de um CAPS recebemos crianças e adolescentes que gritam, cantam, ficam em silêncio, batem, cospem, beliscam, correm e que, por estas ações se comunicam, se expressam… Desta forma, os corpos dos terapeutas trabalham imersos num campo sensível e sensorial, de contatos intensos, e tem a necessidade de lidar e trabalhar com estas formas de expressão. Por narrativas de cenas cotidianas, pretendemos pensar sobre os processos de constituição desses corpos-terapeutas. Entendemos que ao se encontrarem tais corpos sofrem afetações mutuas, mas singulares. E que no fazer clinico (nas ações que no encontro podem potencializar as vidas), há o refazimento dos corpos para que possam se afetar e encontrar modos singulares de comunicação, cooperação e convivência. Tanto os copos das crianças e adolescentes quanto das profissionais sofrem interferências e transformações em seus modos de falar, de sorrir, de olhar, de estar perto, de tocar.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.
Linha Mestra - Associação de Leitura do Brasil (ALB)
e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026
