CONCEPÇÕES DE LEITURA, PRÁTICAS DE ENSINO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A NOÇÃO DE PLURALIDADE CRIADA PELOS CURRÍCULOS PAULISTAS NO PERÍODO DA REDEMOCRATIZAÇÃO

Patrícia Aparecida do Amparo, Amanda Cristina Lejanoski da Costa

Resumo


O artigo objetiva investigar a Proposta Curricular de Língua Portuguesa de 2º grau (1977) da rede estadual paulista e seus volumes associados, explorando como a ideia de pluralidade orientou as inovações pedagógicas, literárias e linguísticas do período. Discute-se em perspectiva sócio-histórica uma Proposta que incorporou as demandas de um sistema de ensino que passava por processos de expansão acentuada desde a Lei 5692/71, trazendo pluralidade social e cultural ao alunado atendido. As soluções encontradas pelo documento se expressam em suas escolhas de atividades de ensino e na incorporação de novas concepções literárias em circulação no espaço acadêmico dos anos 1980. O resultado de tais influências configurou uma Proposta de ensino e de formação que influenciou os debates educativos das décadas seguintes em que a ênfase na ideia de pluralidade se torna estratégia de reafirmação de sistemas de classificação de leitura e do que ler já tradicionais na disciplina Língua Portuguesa.


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Referências


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DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026a2022n46p12-22

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